Rapidinhas do Hospital da Criança

Os besteirologistas do Hospital da Criança, em São Paulo, mandam algumas rapidinhas de final de ano:

“Paramos no corredor diante de um menino de uns oito anos, todo penteado, cabelo com mechas loiras e muito gel.

Ô, você aí! – disse o Dr. Pistolinha.

O menino parou e ficou olhando para os palhaços com um olhar incrível de reprovação, muito sério. Era um perfeito “palhaço branco” (aquele que dá as ordens e critica os mais tolos), com um tempo cômico de mestre.

Você tem lâmpadas! – continuou Pistolinha.

Que lâmpadas?… Eu tenho piolho! - bradou o menino.

Nós nos desmanchamos de rir com o garoto, ficamos sem resposta. Temos muito o que aprender com esses meninos!”
“O Dr. Pistolinha não sabia nadar e uma menina de uns sete anos ficou indignada.

É só mexer o pé! – explicou a garotinha.
Mas e a mão, não mexe? – perguntou o besteirologista.
Só quando tá respirando!

Claro, uma lógica maravilhosa!”
“A Dra. Lola e o Dr. Pistolinha entraram no quarto de um menino que jogava, muito concentrado, seu joguinho eletrônico. Nem olhou para os palhaços.

A mãe tentou fazê-lo interagir, mas ele nem pisca. Os dois começaram a tentar adivinhar que jogo era.

Shrek! Ben 10! Pac Man! - foram mil e uma tentativas até que a mãe cochichou que jogo era.
Se a gente adivinhar você dá um presente? - perguntamos.

E o menino, finalmente respondendo:  Dou.

Toy Story! – gritou o Dr. Pistolinha.
Adivinhou!
E o presente?

O menino pensou, pensou e depois de um tempo respondeu:
Você pode jogar um pouquinho!

As crianças são sempre muito generosas!”

Dra. Pororoca (Layla Roiz)
Dr. D.Pendy (Dagoberto Feliz)
Dra. Lola Brígida (Luciana Viacava)
Hospital da Criança (Hospital Nossa Senhora de Lourdes) 

Fonte: Doutores da Alegria.

A inspiração brasileira se tratando de Doutores Palhaços em Hospitais!

Em 1986, Michael Christensen, um palhaço americano, diretor do Big Apple Circus de Nova Iorque, apresentava-se numa comemoração num hospital daquela cidade, quando pediu para visitar as crianças internadas que não puderam participar do evento. Improvisando, substituiu as imagens da internação por outras alegres e engraçadas. Essa foi a semente da Clown Care Unit™, grupo de artistas especialmente treinados para levar alegria a crianças internadas em hospitais de Nova Iorque.


Em 1988 Wellington Nogueira passou a integrar a trupe americana. Voltando ao Brasil, em 1991, resolveu tentar aqui um projeto parecido, enquanto ex-colegas faziam o mesmo na França (Le Rire Medecin) e Alemanha (Die Klown Doktoren). Os preparativos deram um trabalho danado, mas valeu: em setembro daquele ano, numa luminosa iniciativa do Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em São Paulo (hoje Hospital da Criança), teve início nosso programa.

Informações técnicas:
Nossa missão é ser uma organização proeminentemente dedicada a levar alegria a crianças hospitalizadas, seus pais e profissionais de saúde, através da arte do palhaço, nutrindo esta forma de expressão como meio de enriquecimento da experiência humana.

Somos uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que realiza cerca de 75 mil visitas por ano a crianças internadas em hospitais de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte.

Indicações:
Traumas ligados à hospitalização infantil: perda de controle sobre o corpo e a vida; atitudes negativas em relação às doenças e à recuperação.

Contra-indicações:
Não há.

Posologia:
A besteirologia deve ser aplicada diariamente até que o paciente não saiba mais como ficar triste. É remédio para a vida toda.

Clowns



Direção: Rafael Cerdeira
Assistente de Direção: Raphael Klabin
Fotografia: Tiago Pinheiro
Assistente de Fotografia: Raphael Klabin
Montagem: Juliano Castro e Otávio Suriani
Musica: Alexandre Leite
Direção de Atores: Marcelo Colavitto

Atores:
Alexandre Muniz
Bruna Walleska
Marcelo Colavitto
Elisangela Garcia
Eduardo Calles
Andréa Giannini
Luciana Bellone
Luiz Beltrame

Irmãs da Gravidade!

Esta apresentação teatral é maravilhosa. As duas atrizes conseguiram representar muito bem e mostraram ser capazes de brincar com a gravidade!

O Picadeiro Feminino

No mundo do showbiz alternativo, as mulheres ganham destaque e provam que é possível viver de arte.

Joana deixa a plateia boquiaberta quando se apresenta pendurada pelos cabelos e, sorridente, faz acrobacias no ar. Mariana seduz com sua dança burlesca sobre um sofá e na pele de uma francesa de pileque, chamada Ninon, embalada ao som de Edith Piaf. Gabriella arranca gargalhadas como a palhaça Du'Porto, que retrata os inconstantes humores femininos, que vêm à tona durante a TPM. Cinthia parece voar sobre o trapézio, com graça e leveza.


Essas são algumas das mulheres que se transformaram em artistas circenses, mas que romperam os limites dos tradicionais picadeiros para dar o ar da graça em eventos, baladas, festas e até nos cabarés - tradicionais na Europa e incipientes no roteiro de atrações de São Paulo. O mais badalado é o Trixmix Cabaret, que virou programa na noite das primeiras quintas-feiras do mês e ajuda a valorizar o trabalho de muitas artistas talentosas.
A mentora do projeto é Raquel Rosmaninho, de 34 anos, que, junto com seu marido, o também artista de circo Emiliano Pedro, trouxe para o Brasil o formato do cabaré. Depois de uma longa temporada em Londres, onde os dois estudaram técnicas de acrobacia e malabarismo no conceituado The Circus Space, eles passaram a considerar essa proposta de espetáculo. "Faltava algo assim no Brasil: um espaço não convencional que reunisse uma variedade de números e os muitos talentos do País", diz Raquel.
Quem vê essas mulheres no palco não deixa de se espantar com a coragem delas de trilhar por um caminho nem um pouco convencional. "Nunca me imaginei vivendo do circo", confessa Joana Piza, de 31 anos, que tem duas filhas - Maria, de 4, e Anaí, de 7 - e é casada com o também artista circense Evens. "Hoje ajudo a sustentar minha família, graças a essas apresentações." Com diploma em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a atriz se apaixonou pelo picadeiro ainda na faculdade, quando fazia uma pesquisa sobre a linguagem do circo.
Foi quando Joana conheceu o número chamado "força capilar". Fascinada, decidiu aprender a técnica. Descobriu que o segredo para se pendurar pelos cabelos sem arrancar o couro cabeludo é a "amarração": por meio de uma trança especial, forte e centralizada na cabeça, que recebe um gancho e, pronto, lá ela vai para o ar. Até pegar o jeito, a atriz e acrobata sofreu um bocado. "Quando consegui sair do chão pela primeira vez, até chorei de emoção", lembra. Desde fevereiro de 2009, quando estreou com esse número, não tem lhe faltado convites.
Dança Circense

Não significa, porém, que viver dessa arte seja fácil. A carioca Mariana Duarte, de 37 anos, engrossa o orçamento com aulas de dança. Afinal, como outras profissionais, tem currículo admirável e passa longe daquela imagem de artista mambembe, que faz tudo no improviso e sem base técnica. Formada pela Faculdade de Dança Contemporânea Angel Vianna, no Rio de Janeiro, a bailarina veio para São Paulo com o objetivo de se especializar em vários cursos de dança e, paralelamente, acabou tirando diploma em Letras Clássicas na USP. Até que caiu de paraquedas numa escola circo.

"Uma amiga pediu que a acompanhasse, e acabei me matriculando nas aulas", conta a artista, que atualmente integra o elenco da companhia Circo Mínimo. E se apaixonou pelas acrobacias aéreas, o que inclui trapézio, lira (círculo de ferro) e tecido. Mariana passou, então, a se apresentar em festas, casamentos, boates. Ao juntar técnicas de dança e circo, criou números burlescos, nos quais encarna personagens femininas marcantes, que abusam da sensualidade, mas sem vulgaridade nem apelo sexual.
Outra que se beneficiou das técnicas circenses foi a bailarina Cinthia Beranek, de 34 anos. Como Mariana, uma amiga a levou para as aulas de picadeiro e ela nunca mais largou. "Circo é como um vírus que toma conta do corpo e nunca mais vai embora", justifica.
Mas nem por isso abandonou a dança, já que fez sua história como bailarina da companhia Cisne Negro, atuou em espetáculos do Cirque du Soleil, no Canadá, inclusive como coreógrafa, e até hoje apresenta-se com a trupe do Acrobático Fratelli. Ah, ela teve a honra de ser selecionada para ter aulas, durante uma semana, com Pina Bausch, a famosa coreógrafa alemã que faleceu no ano passado.
"Por mais que eu goste, a dança é mais restrita do que o circo", avalia Cinthia, que, após oito anos entre Canadá e Europa, retornou ao Brasil há seis meses. "Por serem mais impactantes do que um solo de dança, as técnicas circenses despertam maior interesse do público e, portanto,abrem mais oportunidades de trabalho."
Ao unir as duas linguagens - que é tendência mundial -, sua carreira deslanchou. E o dinheiro passou a vir com mais facilidade, depois de ter amargado temporadas sem um tostão no bolso, o que a obrigou a trabalhar como recepcionista da academia de um hotel, atrás de uma renda fixa.
"Essa época foi um pesadelo porque não tinha nada a ver comigo", lembra a bailarina, que é formada em Letras pela Fundação Santo André. Até que uma amiga a resgatou desse trabalho, convidando-a para fazer parte da sua companhia de dança. Hoje, Cinthia se apresenta em espetáculos, dá cursos e faz muitos eventos corporativos.
Novo Status
O ingresso maciço de mulheres nas artes circenses está transformando essa profissão. Na história do circo, mulher tinha papel coadjuvante. Era quem desfilava sua beleza e sensualidade para segurar a capa do domador, do mágico e por aí vai. Se não estivesse no posto de objeto de desejo, era a aberração, protagonizando o show de horrores, destaca a atriz Gabriella Argento, de 34 anos, que hoje sobe ao palco para encarnar a divertida palhaça Du'Porto.

"Mas o Brasil é afortunado", ressalta. "Por não ficar tão preso à tradição do circo e estar mais aberto a experimentações se vê hoje, por exemplo, cada vez mais mulheres fazendo cursos de palhaço." Décadas atrás, isso era inimaginável. Formada em teatro, Gabriella engatou na "palhaçada" porque precisava de trabalhos esporádicos para reforçar sua renda. Até desenvolver sua personagem, a espevitada Du'Porto, investiu em cursos. Estudou com feras como a diretora de teatro Cristiane Paoli Quito, também professora da USP, e Leris Colombaioni, representante da tradição italiana do palhaço.
Com anos de estrada, foi selecionada para atuar no mega-espetáculo Ka, produzido pelo Cirque du Soleil, que está em cartaz até hoje em Los Angeles. Durante os dois anos em que participou, orgulha-se de ter sido elogiada por nada menos do que Liza Minnelli. Após o espetáculo, a cantora e atriz foi cumprimentar o elenco e disse para a palhaça: "Esse palco engole os artistas, mas ninguém engole você." Nem por isso, a brasileira saiu cantando de galo. "Precisamos ter pé no chão, porque um dia estamos comendo caviar e, em outro, sem dinheiro no bolso", avisa.
Como prova desses altos e baixos, Gabriella largou o Cirque du Soleil, com salário fixo, viagens e muita mordomia, voltou para o Brasil e foi parar num circo pequeno de Bauru, interior paulista. Foi uma mudança e tanto de vida. Mas agora ela comemora os bons tempos. Atualmente, dá aulas de palhaço na companhia Jogando no Quintal, faz workshops em empresas e se apresenta Brasil afora.
Fonte: Circonteudo

Hospital público

Clowns e Palhaços

A grosso modo, eu penso que a diferença entre "clown" e "palhaço" é que os Clowns possuem um humor mais sutil, os movimentos são livres mas de certo modo suaves e delicados baseados na pantomima (que é diferente de mímica para quem não sabe), usam vestimentas mais comuns com pequenos toques extravagantes.

O humor do palhaço é mais pastelão e brincalhão, costuma ser mais divertido e extravagante, esbanja alegria (mesmo que sem querer), usa roupas bastante largas ou apertadas que valorizam os aspectos engraçados de seu corpo.

Em questão de sutileza eles não são muito bons e é isso o que os torna tão dignos de atenção. Eles são desastrados.

Não confundir com Branco e Augusto. Existem Clowns Brancos e Augustos e existem também palhaços Brancos e Augustos. São subcategorias de cada "espécie".

Não há nada de certo ou errado em nenhum dos dois. Não é mais certo ser clown ou mais certo ser palhaço. A escolha varia de acordo com o temperamento de cada pessoa. Há quem prefira o clown e há quem prefira o palhaço, questão apenas de opinião, mas é preciso saber que há uma diferença entre os dois.

Na questão da nomenclatura há outro problema. O termo PALHAÇO é muito estigmatizado e as pessoas não dão valor a arte por possuírem um preconceito formado. A palavra PALHAÇO é usada até como forma de ofensa, então essa palavra acaba tornando-se inadequada e pedindo que seja criada uma nova nomenclatura.

Na questão do Clown, o problema é o nome americanizado. Não que isso seja um grande problema, mas existem outros termos portugueses que poderiam ser mais interessantes já que pode-se criar uma arte completamente idependente do que vemos no exterior, portanto, o nome americanizado seria inapropriado.

Para quem ainda não entende. O clown está mais para Charles Chaplin. O palhaço está mais para três patetas. Existem diversos gêneros de palhaço e essa é uma arte bem mais profunda do que imaginamos que seja. Os palhaços circenses, os palhaços de rua, os palhaços de palco, etc, são todos palhaços, mas ser palhaço é muito mais do que pintar a cara e fazer palhaçada.

O curioso é que quanto mais um palhaço "TENTA" ser engraçado, mais sem graça ele é. O palhaço realmente divertido de se olhar é aquele que age verdadeiramente, espontaneamente. Ele não busca ser algo, ele já é. Ser palhaço exige um esforço muito grande de autoconhecimento, de auto-aceitação e de expressão corporal.

Está quase ligado a espiritualidade do indivíduo pois ele não pode simplesmente agir, ele precisa saborear cada movimento, cada gesto precisa ser "friamente calculado".

Você me fala de máscaras... - Com uma máscara é fácil ser engraçado! - Eu rebato seu argumento com a velha frase "Clown, a máscara que mais revela" . É paradoxal, mas para ser um verdadeiro palhaço é preciso, antes de tudo, despir-se de todas as nossas MÁSCARAS e armaduras sociais. Somente quando estamos limpos podemos ser suficientemente verdadeiros ser um palhaço.

No fundo todos somos palhaços.

Fonte: Overmundo