O DOUTOR PALHAÇO
ONDE TUDO COMEÇA:
Receber a visita particular de um Doutor Palhaço é uma experiência fantástica e muito especial para uma criança. Quando um palhaço entra num hospital é um evento tão inesperado que transporta as pessoas automaticamente para o momento presente. É esta a nossa maior dádiva, porque nesse espaço mágico tudo é possível.
Entretanto é importante lembrarmos que um hospital não é um circo…e para poder estar perto da criança hospitalizada o artista terá que adaptar as regras do seu jogo e agir em perfeita consonância com o trabalho dos profissionais de saúde, o ambiente e o público para o qual se dirige. Assim, o Doutor Palhaço surge como uma nova profissão, uma especialização do trabalho do palhaço.
Um profissional que não é nem um terapeuta nem um palhaço comum. Uma arte que exige uma profunda capacidade de perceber o outro o seu ambiente e improvisar a partir disto. Não existe show, não existe o grande público. É uma conexão humana, um momento de cada vez, um paciente de cada vez, um coração de cada vez...
“Para ser um bom Doutor Palhaço não basta criar momentos de alegria, você tem que ser a alegria. É a alegria que vem do coração, é a alegria em movimento". Patch Adams.
AS REGRAS DO JOGO:
Actuar de Improviso
O Palhaço de Hospital tem um tratamento específico para cada paciente. Como os pacientes todos os dias têm disposições diferentes, o palhaço de hospital não pode preparar o seu trabalho através do ensaio. Quando entra num quarto para fazer uma visita, só pode dispor da sua sensibilidade, dos truques que trás no bolso e da sua capacidade de improvisar.
A abordagem dos doutores palhaços
Os doutores palhaços não fazem marcações para as suas "consultas". Começam numa ponta de cada enfermaria e acabam na outra. Um doutor palhaço nunca "invade" um quarto, aguarda sempre autorização para entrar.
Estabelece primeiro um contacto visual e mediante o sorriso do paciente ou dos seus familiares, aproxima-se com sensibilidade e respeito. Seja em que circunstância for, o doutor palhaço nunca força a criança a rir nem insiste em impor a sua presença. O respeito pelo estado de espírito da criança e pela sua permissão para a brincadeira é sagrado para o palhaço de hospital.
Visitas Regulares e Sistemáticas
Outra característica muito importante na actuação do palhaço de hospital é a regularidade das visitas. Uma ou duas vezes por semana os "doutores palhaços" fazem as suas visitas e nunca faltam. As crianças e os profissionais de saúde sabem que, a determinado dia da semana e a determinada hora, podem contar com a presença dos palhaços.
A Desdramatização dos Procedimentos Hospitalares
O Palhaço de Hospital, desconstrói a realidade mas não a encobre. Os palhaços fazem transfusões de batida de chocolate, fazem "radioterapia" com um rádio de ouvir música, fazem transplantes de narizes, dão anestesias com chulé... Nesta brincadeira onde a doença e os tratamentos são transformados, a criança tem a oportunidade de ver o tratamento de outra maneira, de também ela dar injeções e fazer tratamentos aos palhaços.
Potenciar o Riso
É impossível falar de palhaços sem incluirmos na nossa consciência o acto de rir. O riso não se explica, não é mensurável mas está intimamente associado ao bem-estar.
Está provado!
O riso:
· Aumenta o batimento cardíaco;
· Melhora a oxigenação do sangue;
· Diminui as hormonas do stress;
· Massaja os músculos de órgãos vitais;
· Diminui a dor;
· Produz uma sensação de bem-estar.
Cuidado: o riso pode ser altamente contagioso!
Código de ética
-O bem estar das crianças com quem trabalhamos é a nossa prioridade;
-Temos o dever de cuidar de todas as crianças com quem temos contacto;
-Concordamos em consultar e respeitar as opiniões das crianças e dos pais, de acordo com o Artigo 12 da Convenção das Nações Unidas dos Direitos da Criança;
-Adaptaremos um comportamento adequado quando trabalharmos com crianças doentes;
-Trabalhamos em colaboração com o Hospital e concordamos em respeitar e seguir as suas regras;
-Toda a informação sobre uma criança e o seu estado é confidencial;
-Só trabalhamos com crianças se elas assim o permitirem;
-Deve-se ter sempre o consentimento dos pais e da criança antes de entrevistar, filmar ou tirar fotografias a uma criança.
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