“O palhaço é um ser ridículo, o ser que ninguém quer ser, muitos o apreciam com a finalidade de rir somente, e para isso ele está ali! Pouquíssimos olham com admiração e dizem "Também quero ser palhaço", e os que fazem isso estudam técnicas milenares dos palhaços, como cair, dar cambalhotas, chutes na bunda, e muitas outras que são piadas visuais utilizadas por palhaços e cômicos durante séculos.
  Os palhaços são personagens importantes que alguns atores ou simpatizantes assumem para alegrar esse mundo caótico e por muitas vezes, chato, onde um quer ser melhor que o outro, mostrando-se poderoso, imponente e bem vestido.
  O palhaço deixa de existir quando o ator o descaracteriza, tirando a roupa e a mascara.

  Sim, até parece fácil sob uma olhada ligeira, mas quem realmente vive ou diz o que sente? Extrair isso de si é dolorido e gratificante, pois, a desmontagem nos dá a possibilidade de remontar as peças de uma maneira que sejamos mais felizes com o nosso "eu interior". 


  O curioso é que quanto mais um palhaço "TENTA" ser engraçado, mais sem graça ele é. O palhaço realmente divertido de se olhar é aquele que age verdadeiramente, espontaneamente. Ele não busca ser algo, ele já é.

  Ser palhaço exige um esforço muito grande de autoconhecimento, de auto-aceitação e de expressão corporal. Está quase ligado a espiritualidade do indivíduo, pois ele não pode simplesmente agir, ele precisa saborear cada movimento, cada gesto precisa ser "friamente calculado".


- Você me fala de máscaras...
- Com uma máscara é fácil ser engraçado!
- Eu rebato seu argumento com a velha frase "Clown, a máscara que mais revela".
É paradoxal, mas para ser um verdadeiro palhaço é preciso, antes de tudo, despir-se de todas as nossas MÁSCARAS e armaduras sociais. Somente quando estamos limpos podemos ser suficientemente verdadeiros ser um palhaço.
No fundo todos somos palhaços. Só que a maioria de nós não assume.”
Nadine